Leia com atenção, sem pressa e com entendimento; você só pode apreciar aquilo que é capaz de entender , aprender e compreender

Passa a ser Real para cada um aquilo que se é capaz de Perceber. A percepção, como fenômeno psíquico, depende de se receber estímulos que impressionando os órgãos dos sentidos sejam mentalmente avaliados. Essa capacidade de avaliação depende do grau de desenvolvimento da Consciência . Inversamente, o grau de desenvolvimento da Consciência depende do grau de concentração de cada um e da atenção que se dá para as percepções.

A avaliação que se faz pode ser influenciada e mesmo modificada por sentimentos e desejos despertos, ou ainda por idéias fixadas anteriormente como os preconceitos; pode ainda ser modificada por convicções e por interesses ocultos ou transparentes. Assim cada um cria um "filtro" pessoal e o molda à sua própria realidade daquele momento.

Sob este ponto de vista, todos tem a sua própria razão e cada um tem um arrazoado próprio naquilo que relata ou expõe. A percepção de cada um sustenta e confirma sua verdade pessoal, mas as palavras que usa para descrever a sua própria realidade, deixam transparecer o tipo de "filtro" que está usando.
Uma pequena parcela da população tem condições de compreender realidades que tenham bases abstratas, fruto da conotação de raciocínios que se contrapõem. Diante desse fato, é preciso encontrar um tipo de realidade objetiva que favoreça a percepção e que satisfaça os interesses da maioria quando se trata de manter um grupo unido pelo pensamento.

A percepção de uma realidade objetiva é mais comum em pessoas que pensam de maneira concreta e direta e são os que geralmente lideram. Os demais, perfazem a grande maioria cuja realidade tem base em fantasias e pensamentos menos amadurecidos. Por exemplo, é de uns poucos o entendimento de Deus como Espírito, que não tem necessidade alguma de "ofertas de tolos" (Eclesiastes:5), nem "desejos", nem "vontades" como quer a teologia, nem a feliz satisfação com o "agradável é ao Senhor o odor do carneiro gordo no altar de sacrifícios". A necessidade de ter miríades de formas de deuses, como demônios ou santos, anjos e figuras a serem imaginadas, evocadas, rejeitadas ou invocadas é própria da insegurança e fantasia infantil dos 70 % da humanidade que está evoluindo. A necessidade de um homem divinizado que sirva como modelo concreto é própria do homem lógico, racional e analítico de pensamento direto e objetivo, que faz a transição de emotivo para intelectual, sendo aproximadamente 25% em qualquer cultura.

As relações entre causa e efeito, dentro de uma realidade individual, podem não ser um padrão para todos os momentos em uma mesma pessoa. Há fatores sutis , relacionados com emoção e sentimentos, bem como com interesses imediatos que produzem efeitos as vezes inesperados em termos de comportamento, principalmente se considerarmos os enfoques subjetivos que cada um pode elaborar a partir dos enfoques objetivos. O que quer que você acredite ser verdadeiro em um dado momento, é verdadeiro para você! A verdade como uma realidade é relativa e pessoal.

Diante de uma experiência de cunho pessoal sempre há um tipo de percepção. Ao descrever essa experiência pessoal, a pessoa usa uma serie de palavras que são abstrações de sua percepção e do seu enfoque. A elaboração e a repetição dessas frases cria as suas convicções, ou seja a sua própria Realidade. É assim que um repetidor de "verdades" se torna carismático por auto convencimento. Isto implica que se uma pessoa crê em algo diferente ela poderá ter uma verdade diferente. Igualmente através de alterações de convicções, poderemos mudar a maneira como as coisas acontecem dentro do modelo de vida escolhido para se viver.

Explorar intelectualmente diferentes convicções e crenças é uma maneira de ver como as coisas funcionam em outros "modelos de filtros". É por esta razão que estar calado e atento em uma reunião enriquece mais do que a preocupação em expor um ponto de vista. Ouvir atentamente uma prédica permite perceber o tipo de preocupação atual do preletor. Ouvir uma seqüência de prédicas de um mesmo indivíduo preletor permite estabelecer as mudanças que ocorrem com o tempo em suas percepções.
Para cada um dos sentidos objetivos há uma área correspondente no cérebro, fato este bem estudado pelos médicos que tiveram a oportunidade de avaliar relacionando as lesões com as disfunções.

As guerras e os acidentes forneceram o material além do necessário para isso. Em cada área relativa a cada um dos sentidos há três zonas distintas, uma para percepção dos impulsos eletroquímicos provenientes dos órgãos dos sentidos (primária), outra para decodificação dos impulsos e que permite a percepção (psico sensorial ) e ainda uma terceira que armazena as informações (gnósica).

Curiosamente, algumas pessoas desenvolvem a habilidade de perceber formas de energia que afetam as áreas psico-sensoriais , diretamente no cérebro, sem passar pelos órgãos dos sentidos e são denominadas impressões subjetivas. Igualmente o que realizam como imagem ou sensações nas áreas psico-sensoriais tendem a ser transmitidas subjetivamente, como uma forma de energia com menor ou maior potencial e que em alguns casos mais raros, tendem a influir no ambiente e materializar tornando objetivo o que era subjetivo. Se para cada realidade objetiva pode corresponder uma realidade subjetiva, inversamente as realidades subjetivas podem se tornar realidades objetivas. O mais comum é a comunicação subjetiva de cérebro a cérebro, conhecida como hiperestesia se for próximo e telepatia se for a distância.

No âmbito das ciências médicas por exemplo há uma Realidade Física objetiva. Nessa realidade há "Leis" de Física, Química e Biologia, que são o fruto de observação e experimentação objetivas. Algumas são fruto de empirismo. Essas leis expressam o que ocorre ordinariamente a nível de laboratório e experimentação, mas não são absolutas, pois contamos com "erros" atribuídos as variações das condições do ambiente, da diversidade de paciente ou à percepção do experimentador.
Nessas circunstâncias, as Leis de toda ordem expressam uma previsão dentro de certos limites, e são válidas até que um fato novo exija uma modificação nos conceitos e nas suas afirmações.
Na Realidade Física das Ciências Médicas é possível que seja afirmado a uma pessoa que ela padece de uma doença grave, em relação à qual nada pode ser feito com garantia de resultados.

Dentro desta Realidade, se não ocorrer uma mudança na consciência da pessoa, ela morrerá com certeza mais cedo ou mais tarde. Se a pessoa condenada pela realidade das ciências médicas procurar uma Realidade Alternativa, onde haja uma hipótese de que poderá viver em perfeita saúde, e explorar essa Realidade Alternativa mesmo que subjetiva, uma nova condição se estabelece em sua consciência e mudanças energéticas poderão ocorrer refletindo em nível físico. Assim ocorrem as chamadas "curas expontâneas" observadas pelos médicos e os "milagres" relatados por místicos religiosos que apenas tenham como suporte suas crenças.

Aparentemente, para uma mentalidade restrita, uma pretendida cura fora da Realidade das Ciências Médicas, seria violar as Leis que regem a física a química e a biologia, protegidas pelas Leis do Judiciário, que também são circunstanciais e relativas. No entanto, não se trata de violar Leis, mas de obedecer as Leis de uma outra Realidade, pois as coisas podem ser de maneira diferente nas diferentes Realidades. A observação das Escrituras leva a ter certeza de que Jesus conhecia os meios de mudar uma realidade para outra realidade. Em João 14, está explicito nas palavras do Mestre Jesus que qualquer pessoa pode mudar uma realidade para outra. "se vós fizerdes as coisas que digo que façam, coisas maiores do que estas que faço vós fareis". Lógico está que se alguém estabelece como realidade pessoal um enfoque mental ou uma atitude que gere tensão em sua própria consciência, provoca um desequilíbrio energético que certamente se converterá em sintoma e depois em doença declarada. Mudado o enfoque, mudada a realidade, cessa a causa da tensão na consciência (conversão ou inversão de polaridade), volta o equilíbrio energético, volta a saúde. Não importa qual o meio que serviu para que esse indivíduo voltasse ao equilíbrio.

O melhor a ser feito é não rejeitar qualquer método, ou metodologia, que sendo lógico e até razoável, mesmo que no momento pareça improvável, mostre a probabilidade de uma nova hipótese e de um resultado compatível com uma nova realidade, e que possa ser útil sem prejudicar qualquer outra atitude. A Metodologia poderá também exercitar a capacidade de converter uma realidade em outra. O resultado favorável depende de uma aceitação em nível de consciência, explicando os inúmeros ditos : " a tua fé te salvou", "a tua fé te curou" (J.C.), bem como permitirá entender os elos que ligam um método à outro.

O mesmo que acontece com os conceitos médicos e suas Leis, acontece com os conceitos religiosos e suas Leis. O mundo apresenta em diferentes continentes populações que diferem em raça, em cultura e ou em costumes. Diferentes maneiras de pensar nas diferentes culturas levam a diferentes atitudes psíquico religiosas, diferindo as normas, os princípios, os dogmas e os rituais. Cada conjunto de normas, princípios , dogmas e rituais caracterizam uma religião. Ora, o assentamento de tais conceitos no subconsciente de uma pessoa forma sua crença, o seu banco de convicções, a sua realidade religiosa, e consequentemente o "filtro" pessoal através do qual passará a julgar os demais dentro desse espaço mental relativo. Cada um que passa a viver uma "realidade relativa de um grupo filosófico ou religioso" passa a ser um dependente desse grupo filosófico ou desse grupo religioso.
É assim que Deus, em diferentes culturas, é O Deus Único, Omnisciente , Onipotente e Onipresente , recebendo diferentes rótulos como Jehová , Allah, Brahman etc. No entanto, em uma determinada cultura poderia não ser reconhecido como O Deus Único somente porque leva o rótulo usado em outra cultura. É uma guerra de marketing.

Devido a isso diferentes religiões forjadas em diferentes realidades, podem levar dois grupos religiosos a se enfrentar pelas armas, mesmo que o motivo oculto dos seus mentores seja outro como deter o Poder e suas conseqüências de fundo territorial, econômico, e ou financeiro. Também é devido a isso que muitas vezes, dentro de um mesmo ambiente onde se processe um mesmo tipo de crença ou disciplina como filosofia de vida, há desentendimentos e desarmonias quanto aos diferentes aspectos de uma mesma realidade do grupo. Resulta que elaboram-se argumentos que ora defendem textos ao pé da letra e ora defendem o contexto e não o texto, muitas vezes visando favorecer os fundamentos impostos para que se manifeste o poder e os interesses de uma liderança já estabelecida e o afastamento de outras cabeças pensantes.

Traduções que partindo de uma língua onde não há artigo definido, numerais, e outras condições, sugerem uma bela discussão entre o que seria "ressurreição da carne" e o que poderia ser "ressurreição na carne", como deixou claro Jesus quando disse : " Elias já voltou e não o reconheceram e fizeram dele o que quiseram "... referindo-se Ele à ressurreição de Elias no corpo de João Batista como consta nos Evangelhos ( Considere-se ainda o que foi dito :"...e a Lei e as escrituras não podem ser mudados...." J.C.).

É por esta razão que devemos considerar que haja a inteira liberdade de consciência e de atuação pessoal, para que cada um desenvolva sua consciência em seu ritmo próprio, passando do instinto de posse e domínio de territorialidade para a consideração ao próximo e deste para o entendimento intelectual dos processos e finalmente a possibilidade de atuação em nível espiritual. Aconselhando no entanto a observação, a atenção, a concentração, a introspeção, a meditação e a contemplação para que haja sempre harmonia pelo entendimento e compreensão para com todas as pessoas, principalmente entre aquelas com quem convivemos e que nos cercam no lar, como vizinhos, nos ambientes de trabalho, de devoção ou de lazer. É dentro dessa harmonia que todas as Consciências podem manifestar-se para o bem da coletividade.

As Realidades levam para as Atualidades. Quando uma Realidade é entendida, aprendida e compreendida por uma maioria em um grupo, aquilo que é Subjetivo torna-se Objetivo e há criatividade e progresso em todos os sentidos. A evolução mental, intelectual e espiritual é uma "evolução possível ao homem de boa vontade".

Enviado pelo leitor Alberto Barbosa Pinto Dias
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(revisão e ampliação em 09/03/2001)